Notas históricas de Cassurrães
A outra (mais pròpriamente um ramal do que estrada), partia de Mangualde e ia entroncar, já no concelho de Gouveia, com a via imperial de Conimbriga à Guarda e Salamanca. Passava na Mesquitela - a velha «Calçada» - , Mourilhe e Contenças, galgando o Mondego na Ponte Palhez.
Com esta ligava a estrada velha de Contenças a Santiago - «estrada pública antiquíssima e muito frequentada que serve de trânsito do povo de Além Mondego» - , conforme se lê na acta da sessão da Junta da Paróquia de Cassurrães, de 18 de Agosto de 1879. Na Senhora de Cervães encontrava a via de Viseu a Mérida e dela dizia o Abade Agostinho Luís de Carvalho Freire e Vasconcelos, em 1758, que «por este sítio passa hua extrada muito ferquentada por dar passagem para muitas terras e virem passar o Rio Mondego a hua ponte Rial e principal do Rio chamada a ponte Palhez que della fallará quem mais vesinho for» (3). Em 1889, o Sr. Henriques Gomes, das Contenças de Baixo, comunicava ao director do jornal «O Novo Tempo» que no termo das Contenças, no sítio da «Rechã» e em propriedades suas e vizinhas, se encontravam muitos vestígios de uma antiga povoação, a saber, grandes muros de habitações e telha de rebordo (4). A confirmar-se tal facto e sendo a telha de rebordo um inequívoco testemunho de romanização, fica-nos a certeza da existência, na freguesia de Cassurrães de, pelo menos, uma «vila» ou um povoado onde se viveu, há perto de 2 mil anos, sob a influência e segundo os moldes da civilização da Roma Eterna.
NOTAS
(3) «Memória Paroquial de Santiago de Cassurrães» in vol. 9, n.º 45. Pg. 1223, na Torre do Tombo.
(4) Semanário de Mangulade de que era redactor o Dr. Alberto 0sório de Castro. A notícia é do n.º 2 de 27 de Outubro de 1889."
Escrito de Alexandre Alves na publicação de 1960 da “Família Paroquial” de Santiago de Cassurrães (nas edições nº 26 e 27, página 2).
Hoje, contráriamente à época em que estes escritos foram redigidos, sabe-se da existência de sepulturas antropomórficas na zona de Aldeia Nova, nomeadamente a necrópole das Quelhadas e as sepulturas na zona da ribeira de Marialva, bem como de outros achados incluindo artefactos em silex que bem atestam a humanização destas terras desde tempos imemoriais.
Etiquetas: Divulgação, História, Informação, Património
2 Comments:
Matos
Interessante post a dar-nos a conhecer um pouco mais o património local.
Bom domingo
Abraço
Santiago *.*
Terra por demais. Vivem la os meus avos... :P Na brinca.
Sim, e' uma terra fantastica e historica. Vale a pena visitar =)
BeijinhoO*
Enviar um comentário
<< Home