O meu cantinho!...

Não sou Poeta, não sou Professor, não sou Engenheiro e muito menos Doutor. Sou alguém que aprendeu a ser o que é, porque um dia me disseram que na vida o que realmente importa é ser eu próprio, confiar nos sentimentos e respeitar o que nos rodeia, ...as pessoas e ...o Mundo!

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sábado, setembro 20, 2008

Nossa Senhora de Cervães

Foto CMatos

Celebrou-se em Santiago de Cassurrães mais uma festividade da Nossa Senhora de Cervães. Tradicionalmente e salvo raríssimas excepções, é no 2º Domingo de Setembro que esta festa acontece, o que neste ano de 2008 calhou ser no dia 14. É uma celebração onde a tradição impera, onde o programa ser repete e perpetua nos tempos sempre de igual forma, e que se reveste exclusivamente de cariz religioso, não havendo lugar a bailaricos, nem feiras… onde o centro da festa é mesmo a santa: Nossa Senhora de Cervães, padroeira e protectora dos campos e culturas da freguesia.

Foto CMatosAssim e antecedendo a festa propriamente dita realiza-se uma novena (para quem não sabe, é a celebração do terço durante os nove dias que a antecedem). Na 6ª feira realiza-se uma procissão de velas do Santuário da Nossa Senhora de Cervães até à Igreja Paroquial com a recitação do terço acompanhando a imagem da virgem carregada em ombros.

No domingo festivo, este ano no passado dia 14 de Setembro de 2008, bem cedo, uma banda filarmónica transportada num grande camião “descapotável” percorre Foto CMatosas ruas das 9 aldeias que compõem a freguesia anunciando a festividade com as suas belas melodias ritmadas e bem características. O povo vem às janelas, algumas praguejando por tão madrugador despertar, mas outras curiosas e felizes.
Pelas 10 horas da manhã, junto à Igreja Paroquial reúnem-se os tractores, que na véspera e noite dentro são engalanados pelo brio das gentes de cada povo, transportando os andores dos(as) respectivos(as) padroeiros(as), mas também as oferendas que mais tarde serão levadas ao altar. Às 10:30 inicia-se a grande Foto CMatosprocissão em direcção ao santuário da virgem, encabeçada pelas lanternas e cruz paroquial, seguindo-se e por esta ordem os homens e rapazes, os escuteiros do Agrupamento 1034, as guias de Portugal da 1ª Companhia de Santiago de Cassurrães, a irmandade do Menino Jesus, a irmandade do Santíssimo, a banda filarmónica que marca o passo de toda a procissão, o pároco e acólitos, as senhoras, raparigas e demais povo e finalmente os tractores com os andores, fechando a procissão o tractor que transporta a imagem da Nossa Senhora de Cervães.
Já no adro do santuário tudo é “arrumado” em volta do altar exterior e a missa campal tem lugar de uma forma, diga-se, bastante ordeira por todos os fieis e/ou turistas de ocasião. Durante o ofertório são levadas ao altar todas as oferendas que durante a tarde serão leiloadas.
Foto CMatosFinda a eucaristia, muitas famílias perpetuam a tradição de por ali ficarem em confraternização, comendo o farnel, num ambiente festivo e de salutar amizade.
Pelas 14:30 inicia-se o leilão que se prolongará pela tarde, e onde uma verdadeira multidão vai licitando um pouco de tudo, mas fundamentalmente produtos agrícolas (cebolas, batatas, feijão, milho, mel, bolos, frutas, azeite, vinho fino ou não, etc.), plantas e flores (avencas, brinqueiros, costelas de Adão, patas de cavalo, etc.), panos e rendas, iguarias gastronómicas e muito mais. E é ao som de: “Quem dá mais, está em 10€ uma, 10€ duas, 12€, 12€ uma, 12€ duas, 12€ duas e meia…. Três!” que as 18:30 vão chegando, por esta altura já com as prateleiras vazias do leilão (e os bolsos também) que tem lugar a despedida e o encerramento da festa.
É hora do terço à virgem, agora já só com os fiéis mais resistentes, e findo este a debandada para as casas de cada um.

Para quem vive nas proximidades, como eu tenho o privilégio de viver, é também hora Foto CMatosde ver os “pobres” dos santos, encavalitados nos tractores, agora em marcha bem mais acelerada, aos saltos e aos pulos de contentes por um regresso ao sossego nos altares das suas capelas e igrejas.
Assim aconteceu no passado dia 14, mas assim vem acontecendo já há décadas, e continuando a conjugarem-se todos os factores, assim acontecerá no futuro, mantendo-se esta tradição enraizada de uma festividade estritamente de cariz religiosa e cristã, que e vendo bem, é como uma lufada de ar fresco (pelo menos diferente e não “poluído”) do que se vai realizando por aí.

Aqui, em Santiago de Cassurrães, a tradição ainda é o que era.
Fica o convite, para o ano apareçam por cá… e se quiserem já hoje visitar a capela por dentro e por fora, ainda que virtualmente, façam-no aqui…

Boa semana.

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2 Comments:

At 21 setembro, 2008, Blogger Amaral said...

Matos
Belíssimo post com imagens a condizer.
Boa semana
Abraço

 
At 22 setembro, 2008, Anonymous Anónimo said...

Tradições são muito legais. Aqui onde moro Inazawa - japão...há um festival dos pelados, na verdade semi-pelados onde homens desfilam sob um rigoroso inverno sem roupa até chegarem no templo da cidade para serem abençoados...esses eventos ritualisticos são sempre interessantes... quase posso visualizar o festival por suas palavras...parabens!

 

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