Conversas de antigamente...
13 Anos depois do assassinato de Senhor D. Carlos, Rei de Portugal, e do Príncipe herdeiro D. Luís Filipe em 5 de Outubro de 1910, num café em Estremoz um fervoroso defensor da monarquia falava acerca «das despesas da corte no tempo da Monarquia, então violentamente criticadas pelos republicanos e que hoje pareciam ridículas, quando comparadas com o desperdício de dinheiros públicos do governo do Dr. António José de Almeida – “o rei dos demagogos, o maior vendedor de feira que este país já conheceu”.»
Vai daí o presidente da Câmara, Republicano, ali presente responde: «A diferença,… entre a Monarquia que o senhor defende e a República que eu represento, é que hoje qualquer um pode estar aí a fazer propaganda contra o regime e no tempo do Senhor D. Carlos era comer e calar.»
Calmamente e encarando o Republicano, o Monarca responde-lhe: «Não. A diferença é que dantes os burros não falavam e muito menos governavam. E o país agradecia.»
Estas passagens são transcrições do romance de Miguel Sousa Tavares “Rio das Flores”, e ao ler achei engraçado, como as coisas se vão perpetuando nos tempos e ontem como hoje … sempre actuais!
1 Comments:
Matos
"Rio de Flores" é um bom romance e sem dúvida que nos mostra as duas faces da moeda: os que eram contra e os que eram a favor (ou da monarquia ou da republica).
Infelizmente hoje em dia nem sabemos o que pensar. Os tempos estão "amordaçados" e os caminhos que se nos afiguram no horizonte não auguram nada de bom.
Boa semana
Anbraço
Enviar um comentário
<< Home