O meu cantinho!...

Não sou Poeta, não sou Professor, não sou Engenheiro e muito menos Doutor. Sou alguém que aprendeu a ser o que é, porque um dia me disseram que na vida o que realmente importa é ser eu próprio, confiar nos sentimentos e respeitar o que nos rodeia, ...as pessoas e ...o Mundo!

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sexta-feira, junho 25, 2010

Trilhados - Raid na Estrela

Raid Rossim-Nave da Mestra-Lagoa Redonda-Rossim
Dia 2 de 2


30/05/2010 – 10:06 – Altitude: 1656m – De novo a caminho
A manhã acordou suave. O sol anunciava um novo dia e a agitação dos passarinhos lá fora contrastava com a moleza e a preguiça patente nos nossos rostos que emergiam do interior do saco cama. Mas não havia nada a fazer, levantar era preciso. Os mais afoitos, Lopes e Pedro, foram ao banho nas águas frias da pequena ribeira, os restantes ficaram-se por um banho à gato, cara mãos e pouco mais. Casa arrumada, chegava o já apetecido pequeno-almoço, e antes da partida, reencher os cantis com água da pequena bica que, quase magicamente, brota da rocha maciça.

30/05/2010 – 10:47 – Altitude: 1758m – Piornal
De novo com a casa às costas, depois de uma pequena caminhada subimos ao VG do Piornal de onde se avista praticamente toda a serra, desde a Torre à Santinha e dos Poios Brancos ao Cume. Ali havia mais uma cache do geocaching, e logo ali a escassos metros a imponente vertente norte do Vale da Candeeira, que despertou emoções de aventuras idas. Mas era preciso continuar…

30/05/2010 – 11:39 – Altitude: 1686m – Chegada ao T1 e à zona dos «Charcos»
Descendo do Piornal, fomos acompanhados por um grifo que planava baixinho em busca de uma presa. Atravessado o Vale da Barca entroncámos com o Percurso pedestre T1 na zona dos Charcos, já perto da Lagoa Comprida.

30/05/2010 – 12:26 – Altitude: 1712m – Alto da Canariza
Sem grandes dificuldades atingimos o Alto da Canariza. As pernitas começavam a acusar o desgaste da caminhada e o peso nas costas parecia ser cada vez maior, apesar de haver cada vez menos comida nas mochilas, mas o pior ainda não tinha chegado… adiante. As vistas daqui são fantásticas, destacando-se da paisagem as várias lagoas, a Comprida, do Covão do Forno, do Covão do Curral e a Seca no Covão Atravessado. Aqui tinha ficado combinado erigir uma mariola gigante, de maneira a ser visível da estrada que passa lá em baixo a bordejar a lagoa do Covão do Curral. Ao chegar verificamos que já por ali existia uma, mas necessitava de um aumento. Sem estragar o segredo que ela esconde, acrescentámos mais dois andares (de peso) com pedras (algumas) a serem necessários 4 pares de mãos para as transportarem e 5 a 6 para as subirem ao topo da mariola, que no final tinha mais de dois metros. Já eram horas, mas decidimos adiar o almoço para mais tarde e descer 1º à Lagoa Redonda.

30/05/2010 – 13:01 – Altitude: 1626m – Covão Atravessado
A descida até aqui, não foi fácil nem difícil, foi um “nim”. Passámos ao lado da Lagoa Seca e rumámos à direita na direcção da Lagoa Redonda. Afinal o Covão nem era assim tão atravessado, e deixou-se atravessar bem.

30/05/2010 – 14:04 – Altitude: 1621m – Lagoa Redonda (Almoço)
Finalmente a Redonda, que até nem é nada redonda, mais parecendo aquelas tábuas que os pintores usam na mão (uma palete). Geocaching primeiro, um banho depois e finalmente o almoço à sombra de um enorme rochedo, que o sol estava a escaldar. Mas antes o banho: calções de banho? Quais calções? Vamos vestidos com a roupa que Deus nos deu. E onde? Experimentamos aqui. – Diz o Lopes – Mas aqui parece ser baixo e com lodo. – Respondi – Vou experimentar. – E mete uma perna! Vrruummm, num ápice ficou enterrado no lodo até à “fruta” e só não foi mais, porque prontamente o puxámos para fora. Bom aqui não dá, vamos ver daquele lado. E lá fomos, quais pinguins, de Tshirt, em pilota e com botas (que triste figura, hehehe), mas de facto perto de umas rochas o cenário era mais animador, areia (seria?) e uma altura de água suficiente para um mergulho. Mas foi mesmo só um para cada um, pois depois do mergulho a água, antes límpida, tornava-se cor de café torrado porque afinal o fundo era mais lodo que areia. Bom mas deu para refrescar, já que conseguimos ficar mais sujos do que estávamos.
Vamos mas é ao almoço (feijoada) que são mais que horas…

30/05/2010 – 15:57 – Altitude: 1444m – Nave Descida / Lagoacho
Última etapa da jornada. 1,8Kms até ao Lagoacho. É perto… mas eu sabia que não ia ser fácil, porque trilhos não há, e caminhar por vales encravados, cheios de linhas de água, sem trilhos e previsivelmente com muita vegetação, normalmente significa… aventura! E foi. Poucos metros depois da Redonda, começava o suplício, e que bela altura para o Pedro transformar as calças em calções! É que foi adicionar riscos ao cromado. Lol. Decidimos abordar a Nave descida pela encosta esquerda ao abrigo das Fragas do Amor, mas é bem verdade o ditado que diz que o amor faz doer. Em cada pequena elevação tentávamos adivinhar e avaliar o bocado seguinte, mas cada vez ficava mais e mais intransponível, os últimos 300 metros até à orla do Lagoacho foi o verdadeiro Inferno, quando decidimos seguir pelo leito de uma pequena ribeira. Quedas, cortes, pés molhados… mas a persistência e a resistência dos Trilhados tudo venceu, e ao chegar ao local onde a dita ribeirinha desagua, fomos brindados e recompensados com o bonito espectáculo da desova de pequenas trutas. Eram aos milhares. Partilhámos com elas as águas onde mergulhámos as cabeças para refrescar. Foram os 1,8kms mais longos e difíceis de toda a jornada. Daqui ao paredão, pela orla da lagoa, foi um passeio de crianças!

30/05/2010 – 16:46 – Altitude: 1444m – Paredão do Lagoacho
Ufa, finalmente. Uma última pausa antes do estradão que nos levaria à Barragem do Rossim. Três km, dizia-se. Mas depois de tudo por que havíamos passado… Mais uma cachezita, uns goles de água, e pé na estrada.

30/05/2010 – 17:49 – Altitude: 1444m – Chegada ao Rossim
O raio do estradão nunca mais acabava, o piso (brita grossa) fazia lembrar o percurso pela linha abandonada do Douro entre Barca d’Alva e o Pocinho, só faltava mesmo as travessas e os carris, o corpo dorido, o Sol a assar os miolos, os pés a acusar o piso irregular, e o estradão imperturbável e sereno continuava após cada curva. Até que, finalmente, o paredão da barragem emergia da paisagem. O nosso transporte já nos esperava (há muito tempo), mas antes, mesmo antes do merecido lanche, um mergulho na barragem (não, nus não que aqui havia gente, foi mesmo de cuecas) mas não muito prolongado que a água estava ainda mais gelada que nos outros locais.
Depois, foi descomprimir, contar as peripécias e mostrar as fotos às senhoras (esposa, tia e prima) que nos foram buscar, e pouco depois deixar cair o corpo nos confortáveis estofos dos carros e descer a Serra, com mais uma aventura cumprida, e muitas, muitas histórias e emoções para contar e recordar.

Até à próxima jornada Trilhados…

Resumo do 2º dia:
- Distância total: 17,1Km
- Altitude mínima: 1411m
- Altitude máxima: 1763m
- Velocidade média de caminhada: 2.2Km/h

Resumo da jornada (soma dos dois dias):
- Distância total: 25,0Km
- Altitude mínima: 1411m
- Altitude máxima: 1763m
- Velocidade média de caminhada: 2.35Km/h

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1 Comments:

At 30 junho, 2010, Anonymous Anónimo said...

grande aventura quem ca dera a proxima!!!
forte abraço do companheiro de trilhos Picos!!!

 

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