O Agostinho…
Estava eu a almoçar, com a conversa a versar sobre trivialidades e de olhar perdido algures no rebuliço das gentes que entram e saem, quando de repente… entra um rapaz, alto com uma menina pela mão. Será que é, não… e daí… olhei mais uma vez, ele viu-me e sorriu. Era mesmo o Agostinho. Venha de lá esse bacalhau.
Quem é o Agostinho? Pois, é um amigo de infância que há muitos anos não via, companheiro de muitas aventuras na época da anterior Tuna de Santiago, aquela que em tempos teve uma maestra* e onde eu fazia, com ele, um dueto de Saxofone, sendo que a minha especialidade era mesmo a Flauta, mas lá fazia uma perninha. O Agostinho era o mais novo na “turma” da altura, mas eu não lhe levava muitos de avanço e por isso era o meu companheiro de brincadeiras, nas deslocações pelo País.
Durante aquele bocadinho, a minha mente recordou os meus 10/15 anos e muitas imagens do passado passaram diante dos meus olhos, todas elas boas que as más demoram mais a chegar e se não lhes dermos tempo não vêm mesmo. Como aquela em que se encheu um bombo e a camisa do Agostinho de bolos secos (reserva para a viagem) mas que ao entrar na camioneta tudo se verteu…, ou aquela outra em que numa deslocação para os lados de Lamego a Camioneta era tão velha, tão velha, que nas subidas dava para se sair pela porta de trás e a caminhar chegar á da frente com a dita em andamento…, ou então aquele espectáculo que demos num dos principais Teatros de Lisboa com a plateia toda em pé a aplaudir depois da nossa humilde actuação, face aos grupos de nomeada que nos precederam…, enfim, tantos e tantos outros que o Agostinho me recordou!
Fiquei agora a saber que o Agostinho, é pai, um pai babado com 3 meninas e um menino acabadinho de nascer, é um Homem agora, continua na música agarrado ao seu Saxofone que tão bem maneja (desde sempre que “brinca” com ele e eu nunca lhe cheguei aos calcanhares) e, diz ele com um sorriso rasgado, vai agora auto-aprender Trompete. Eu sei que vais conseguir, tens a música no coração.
Aqui presto uma simples homenagem, ao Agostinho, ao rapaz, ao homem, ao pai, a um amigo que á muito não via, mas que permanecerá na minha memória,… sempre!
Parabéns pelo teu filhote, e muitas, muitas felicidades.
* Não sei se esta palavra existe, já na altura se colocava esta questão: Que nome tem um Maestro no feminino? Continuo sem saber ao certo. (Bom agora já sei, é Maestrina)
7 Comments:
dizem os teóricos maestrina. mas lá que chamar isso à "maestra" até parece mal.
Fui como acompanhante a essa cena de lisboa. E foi giro o armanço daqueles tipos . E ficaram furiosos pelo facto de a tuna dos pobretanas ter tido mais aplausos.
Fantástico tributo à amizade! E que saudades de ouvir a Tuna...
Boa semana
Obrigado Ana e Mocho, Maestrina, já fixei.
Quanto à música, já lá vão 15 anos sem prática, mas de quando em vez, vou buscar a flauta (uma Contra Alto Honner em Madeira) para matar a nostalgia do passado.
Sabe bem recordar...
Curioso como o passado está sempre a bater à porta.Encontrar pessoas amigas,em cidades grandes, é mais difícil mas ele bate à porta de outras maneiras.
"Do lado de fora daquela cortina está o mundo
Feita de tecido fino e branco ela voa ao menor toque do vento
Tem desenhos delicados
Foi comprada no Beirão
Minha cortina portuguesa que
enfeita minha janela brasileira!
O tecido é fino e branco
A saudade é verde-oliva
da cor dos meus olhos".
Mila Reis
Só tem passado quem tem um coração grande para ter amigos que lhe lembrem esse passado.
Também não sei.....
e olha...também vi o Agostinho, sabes? e não tem só um filhote1 Tem 4! 3 raparigas e 1 rapaz!!!!
Gostei muito do teu texto!
uma alma nobre, a tua! Mas isso eu já sabia: não é novidade!
Quem me dera poder dar-te um enorme abraço
BShell
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esses (re)encontros são sempre tão bons.
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