O meu cantinho!...

Não sou Poeta, não sou Professor, não sou Engenheiro e muito menos Doutor. Sou alguém que aprendeu a ser o que é, porque um dia me disseram que na vida o que realmente importa é ser eu próprio, confiar nos sentimentos e respeitar o que nos rodeia, ...as pessoas e ...o Mundo!

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quinta-feira, fevereiro 17, 2011

O relógio ...

Foto CMatos
Segundo notícia do jornal regional “Renascimento”, foi há 54 anos (no verão de 1957) que terá sido colocado e inaugurado o relógio da torre da igreja de Santiago de Cassurrães. Peça complicada de relojoaria que eu conheci e ao qual algumas vezes dei corda juntamente com o meu avô Matos, tantos anos encarregue dessa semanal tarefa, de subir os pesados blocos de pedra que seguros por correntes desciam lentamente a torre pelo meio da escadaria em caracol. As horas, as meias e os quartos eram dados por um pesado martelo às ordem do velho relógio, que assim fazia mexer toda a vida na aldeia.
Hoje e desde alguns anos, do velho relógio resta apenas o mostrador em granito e os ponteiros, agora movidos a electricidade e controlados electronicamente a partir da sacristia. Longe vão os tempos em que para os acertar era necessário subir à torre.
Também o toque dos sinos se alterou, hoje controlados por maquinaria, perderam singularidade e personalidade e os vários toques ritmados quase se misturam sendo difícil por vezes distinguir se chamam para uma qualquer missa, ou lamentam a morte de algum filho da terra. Parece que ainda vejo o meu avô, no alto da torre sentado numa trave de madeira agarrado a duas cordas, uma em cada mão, ora fazendo-os cantar de alegria, ora fazendo-os chorar num ritmo lento mas ritmado anunciando mais um funeral, ora repicando-os a convidar os crentes para os serviços religiosos. Velhos tempos que só as recordações fazem perduram no tempo… esse tempo que teima em passar a cada Tic-Tac do relógio!

Digitalização do jornal Renascimento

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