Um dia de cada vez!
Lá fora troveja, as janelas iluminam-se durante fragmentos
de segundo, a chuva cai, ouve-se o ligeiro martelar nas folhas das plantas e
árvores, e a nostalgia vai-se instalando…
Ainda há pouco a aldeia estava cheia de vida, as casas
abriam-se ao ar do Verão, sentiam-se pessoas nas vizinhanças, os lares
rejubilavam de alegria após onze meses de quietude, fechadas à sua sorte, os
jardins ficavam mais brilhantes, antigas rotinas eram relembradas e retomadas… agora, após as despedidas acompanhadas por
pequenas lágrimas, já de saudade, os laços voltam a rasgar-se pela fina união
de semanas, o coração aperta-se ao ver partir, de novo, irmãos e irmãs,
sobrinhos e sobrinhas, cunhadas e cunhados, primos e primas, tios e tias,
amigos, conhecidos… com um simples e pesado - até pro ano, vão dando notícias!
E cada vez são mais os que vemos partir sem saber… quando
será a nossa vez, quais as voltas de um destino traçado, que nos poderá oferecer
um futuro, ou que nos parará, para sempre, ao virar da esquina.
A angústia, o receio, a tristeza mas também uma fina ponta
de esperança, misturam-se para nos “obrigar” a viver… um dia de cada vez!
Etiquetas: Diversos
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