O meu cantinho!...

Não sou Poeta, não sou Professor, não sou Engenheiro e muito menos Doutor. Sou alguém que aprendeu a ser o que é, porque um dia me disseram que na vida o que realmente importa é ser eu próprio, confiar nos sentimentos e respeitar o que nos rodeia, ...as pessoas e ...o Mundo!

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sábado, outubro 31, 2009

Tomada de Posse

Brazão de Santiago de Cassurrães
Ontem, 30 de Novembro de 2009, foi virada mais uma página na longa história da Freguesia de Santiago de Cassurrães, com a tomada de posse do novo presidente de Junta, Sr. Álvaro Matos, escolhido pelo povo nas recentes eleições por números expressivos, sucedendo ao Sr. Norberto Albuquerque que agora cessa funções.
Ao Sr. Álvaro Matos e sua equipe todos desejamos um bom trabalho em prol desta nossa freguesia, o qual só será possível com o empenho e disponibilidade de todos na direcção do bem estar comum.

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Agora num tom menos formal, dar os parabéns ao meu tio Álvaro, desejando-lhe toda a felicidade do mundo e a força necessária para carregar esta responsabilidade enorme que o povo de Santiago de Cassurrães lhe entregou. Que os que com ele estão, saibam construir uma equipe coesa capaz de arregaçar as mangas e continuar a construir um futuro melhor para nós, e para os vindouros.

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domingo, outubro 25, 2009

Notas históricas de Cassurrães

Igreja Paroquial (Continuação)

Foto CMatos
«Encostados ao arco do cruzeiro – inteiramente revestido de talha barroca, dourada – estão dois pequenos mas graciosos altares do primeiro quartel do séc. XVIII. Num, no do Evangelho, venera-se N. Senhora de Fátima e, no outro, Santa Teresa, ladeada pelo Menino Jesus e S. Brás, imagens de muita devoção.
Finalmente, o arco é sobrepujado por um nicho onde está Cristo crucificado e nele existem, ainda, além dos bustos de St. António e S. Francisco de Assis, em baixo relevo de madeira estofada e dourada, duas telas representando o «Senhor da Cana Verde» e o «Senhor atado à coluna», pinturas que, em tempos, foram erradamente atribuídas a Grão Vasco ou à sua Escola (4).
No corpo da igreja, na parede do lado esquerdo de quem entra, abre-se o Baptistério – pia prismática assente em coluna torcida, do séc. XVI – e os altares do Senhor Crucificado – ou das Almas – e de St.ª Bárbara (a).
Foto CMatos Entre este altar e a tribuna que, deste lado, abre para o corpo da igreja ainda se conserva o púlpito antigo, do séc. XVII, muito interessante, peça também prismática, sustentada por um anjo atlante. Os ângulos do púlpito são decorados com talha dourada, em folhagem de acanto, e as superfícies pintadas a óleo, imitando o tecido de sede adamascada.
Nos arcos da parede oposta está a capela de S. Lourenço e um ingénuo Presépio de gosto moderno (b).
Por falta de documentos, não fazemos ideia de como seria o aspecto da Igreja de Santiago, em tempos remotos, e sòmente a partir da segunda metade do séc. XVII é que dispomos de elementos que permitem, com relativa segurança, descrever o interior do templo.
Em 1675, o Bispo D. João de Melo, depois de ter visitado toda a Diocese, mandou elaborar, para a Sagrada Conaregação, uma «Instrução e Relação da Catedral da cidade de Viseu e mais igrejas do Bispado» (5). Segundo tal «Instrução», a igreja de Cassurrães tinha Sacrário e dois altares colaterais da invocação do S.mo Sacramento e Senhora do Rosário.
Cem anos depois, dizia o Abade Agostinho Luís de Carvalho Freire e Vasconcelos na «Memória Paroquial de Santiago de Cassurrães»:
«…Tem esta igreja sete altares; Capela-mor, com o Orago, Senhor S. Tiago; dois colaterais, um da parte do Evangelho, do Menino Jesus, o da parte da Epístola do Senhor Santo António. Tem nos lados das paredes, da parte do Evangelho, duas capelas, uma de N. Sr.ª do Rosário, a outra do Senhor Crucificado, chamada a Capela das Almas; da parte da Epístola outras duas, uma da Sr.ª Santa Ana, outra do Sr. S. Lourenço, fazendo estas frente umas às outras…»
Como se vê, nesta altura tinha já desaparecido a capela do S.mo Sacramento, por se ter mudado o Sacrário para o altar-mor. O número dos altares é o mesmo de hoje, 7 também, todos com invocações diferentes, com excepção do de S. Lourenço e do Senhor Crucificado.
(…)
Em 2 de Abril de 1708, foi colocado na Abadia de Santiago o P. Manuel Roiz. O novo Abade, cheio de dinamismo, tratou de adornar (…) a sua Igreja e de reformar e ampliar a capela-mor, para a qual também mandou fazer um novo retábulo. (…)
- «Mandou fazer a imagem de Santiago, tempos depois que tomou posse desta Igreja – 4.600 Reis (11)
(…)
- «Comprou o docel para o trono – 26.000 Reis
(…)
- «Mandou fazer e pintar a estante do círio Pascoal – 2.700 Reis
- «Uma sacristia que custou 140.000 Reis
- «Uns castiçais de bronze que importaram em 1.750 Reis»

(…Continua)

(4) – São cópias das telas primitivas. Os originais foram levados, em tempos, para o Museu de Viseu, por iniciativa do falecido Cap. Almeida Moreira, fundador do Museu Grão-Vasco.
(5) – Manuscrito do Arq. Dist. De Viseu, s/número de inventário.
(11) – É a imagem do orago da freguesia, colocada no nicho do altar principal, do lado do Evangelho.

In Família Paroquial de Santiago de Cassurrães, nº 47 e 50, pág. 2 por Alexandre Alves

Notas Pessoais
(a) – Hoje esta capela deu lugar ao Baptistério.
(b) – O presépio também já não existe, tendo dado lugar à entrada interior para a Capela lateral/mortuária, cujo altar é precisamente o de St.ª Bárbara que saiu do lugar onde hoje é o Baptistério.

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sábado, outubro 24, 2009

Eles "andem" aí...

Velocidade em Rio Torto
Pois é verdade! Depois de terem massacrado o pessoal na zona de Pinhanços, andaram uns tempo "distraídos" mas voltam agora à carga na zona do cruzamento de Rio Torto (Gouveia). Apesar da localidade propriamente dita não ser naquela zona, a verdade é que existem placas de inicio/fim de localidade um pouco antes do cruzamento e um pouco depois do "Bar da Anta", por isso cumpram os limites de velocidade (50 Km/h), ali e em qualquer outro sítio, para que não venham a receber em casa uma dispendiosa fotografia. Bem cedo (ainda não eram 8:30) e já os nossos amigos estavam estacionados na zona da ponte. Atentem para o mapa e quando passarem por ali, na Estrada Nacional nº 17, tenham especial cuidado, sendo que o melhor mesmo é, e como já disse, respeitar os limites de velocidade, adoptar um comportamento cívico e uma condução segura. Não se esqueçam: "Há viagens e passeios, mas TODOS queremos regressar inteiros!"

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domingo, outubro 18, 2009

Notas históricas de Cassurrães

Igreja Paroquial

Foto CMatos
«Integrado naturalmente no ambiente bucólico da paisagem, o perfil harmonioso da igreja de Santiago chama de tal modo a atenção, que muito dificilmente alguém poderá furtar-se a satisfazer a curiosidade de transpor as portas do templo… e entrar.
No primeiro relance surpreende-nos a elegância e a vastidão da igreja, o seu ar lavado, a doce quietação do ouro antigo da talha do arco do cruzeiro e a esbelteza do altar-mor: o ouro brilhante e vivo dos capitéis coríntios, na brancura imaculada das colunas elegantíssimas.
É tal o fascínio, tão imperiosa a atracção que, sem nos darmos conta, nos encontramos no interior do templo. Então, de instante a instante, a nossa curiosidade desdobra-se, fixa-se em pormenores, admira como é possível fundir, em união tão íntima e perfeita, elementos tão distanciados no tempo, tão diferenciados na concepção estética. E tudo isto num “clima” de paz tão doce, de tão mística beleza que, mais tarde, retornando ao adro, nos parece ver, à sombra amiga dos pinhais, o vulto lento de algum monge antigo, recitando, pausadamente, ternos versículos ao Criador…»

In Notícias da Beira, nº 673, de 10-VII-957

«O Dr. José Pedro Ferreira, Abade de Miragaia, muito justamente considerou a Matriz de Santiago como sendo uma das três melhores igrejas do concelho de Mangualde, a par da S. Julião de Azurara e da de S. Vicente de Alcafache.»

In Portugal Antigo e Moderno, vol. XII, pág. 2 285

«Transposto o pórtico alpedrado da fachada principal - «pórtico com seu arco ladrilhado», do séc. XVIII – logo chama a atenção a porta principal que, supomos, deve ser o único elemento visível e intacto da primitiva construção.
De granito duro, é muito simples, mas expressiva e nobre, de arestas chanfradas, com o seu arco de volta inteira formado por nove aduelas.
Interiormente, (…), surpreende, além da vastidão da igreja, a harmonia que, com rara felicidade, resultou da conjugação de estilos vários, muito distanciados entre si, no tempo, elementos que foram sensatamente aproveitados durante as obras da reconstrução do século passado.
O retábulo do altar da capela-mor, muito elegante, muito harmonioso, é aparentado com o da Senhora do Castelo. Veio, segundo nos disseram (1), dos lados de Penalva e nele teria trabalhado um artista muito hábil das terras do Mondego. Tem uma alta tribuna, de 5 degraus, para a exposição do S.mo Sacramento e na qual se encontra, de ordinário, uma bela imagem, em tamanho natural, do Coração de Jesus. Em dois nichos laterais do retábulo, expõem-se as imagens do Apóstolo Santiago e de St.º António de Lisnboa, respectivamente nos lados do Evangelho e da Epístola.» (…Continua)

(1) Informação do Sr. Amaral, de Fundões, a quem muito agradecemos.

In Família Paroquial de Santiago de Cassurrães, nº 47, pág. 2 por Alexandre Alves

Este e os próximos posts sob o título "Notas históricas de Cassurrães" pretendem dar a conhecer um pouco mais sobre a bela Igreja Paroquial de Santiago de Cassurrães, que recentemente deixou encantado, por exemplo, o produtor da TVI que fez a transmissão da Eucarístia no dia da Nossa Senhora de Cervães. Se quiser fazer uma visita, ainda que virtual, à Igreja Paroquial de Santiago, clique aqui.

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sábado, outubro 10, 2009

Vencedores e Derrotados

Foto tirada da Net
Não se sabendo quem, mas na certeza de que no dia 11 de Outubro de 2009 os vai haver, aqui ficam algumas diferenças entre eles:

» Quando um vencedor erra, diz: "Enganei-me", e aprende a lição.
» Quando um derrotado erra, diz: "A culpa não foi minha", e responsabiliza terceiros.

» Um vencedor sabe que a adversidade é o melhor dos mestres.
» Um derrotado sente-se vítima perante uma adversidade.

» Um vencedor sabe que o resultado das coisas depende de si mesmo.
» Um derrotado acha-se perseguido pelo azar.

» Um vencedor trabalha muito e arranja sempre tempo para si próprio.
» Um derrotado está sempre "muito ocupado" e não tem tempo sequer para a família.

» Um vencedor enfrenta os desafios um a um.
» Um derrotado contorna os desafios e nem se atreve a enfrentá-los.

» Um vencedor compromete-se, dá a sua palavra e cumpre.
» Um derrotado faz promessas, não se esforça e, quando falha, só sabe justificar-se.

» Um vencedor diz: "Sou bom, mas posso ser melhor ainda"
» Um derrotado diz: "Não sou tão mau assim; há muitos piores que eu".

» Um vencedor ouve, compreende e responde.
» Um derrotado não espera que chegue a sua vez de falar.

» Um vencedor respeita os que sabem mais e procura aprender algo com eles.
» Um derrotado resiste a todos os que sabem mais e apenas se fixa nos defeitos deles.

» Um vencedor sente-se responsável por algo mais que o seu trabalho.
» Um derrotado não se compromete nunca e diz sempre: "Faço o meu trabalho e é quanto basta"

» Um vencedor diz: "Deve haver uma melhor forma de fazer isso..."
» Um derrotado diz: "Sempre fizemos assim. Não há outra maneira."

» Um vencedor é parte da solução.
» Um derrotado é parte do problema.

» Um vencedor consegue "ver a parede na sua totalidade"
» Um derrotado fixa-se "no azulejo que lhe cabe colocar"

Pessoalmente acrescentaria que um Vencedor é aquele que respeita o derrotado e o trata com dignidade, e o Derrotado aquele que sabendo aceitar essa mesma derrota, com frontalidade e "desportivismo" cumprimenta e felicita o Vencedor.
Assim, e aqui do meu cantinho, desejo que assim seja, felicitando desde já todos aqueles que venham a saír Vencedores, mas também todos os derrotados que o assumam com honestidade, e "Fairplay".

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segunda-feira, outubro 05, 2009

Notas históricas de Cassurrães

Santiago de Cassurrães – A Feirinha

"Os nomes das propriedades (muitas das quais pertenciam a mosteiros e a diversas corporações religiosas como fossem, por exemplo, os conventos de freiras de Ferreira de Aves e de S. Bento de Viseu e as confrarias locais do Senhor, de S. Pedro Mártir, da Senhora de Cervães e outras) ainda hoje perduram: o Lameiro do Santo, o Lameiro da Eira, Carvalheda, Fonte do Prado, o Valongo, a Canada, o Cabeço dos Pombos, Vale e Cova do Lobo, a Recta Cimeira, a Rechã, Fundeira, a Tapada da Lemarra, a Barroqueira, a Cumieira, o Chão do Miçado, a Maria Velha, o Chão do Agro, o Carril e muitos, muitos outros que provam a persistência com que esses nomes ancestrais se transmitem de geração em geração, ultrapassando os séculos.
(…)
A produtividade do solo e a muito acentuada densidade demográfica da região por certo que não foram estranhas à creação da feira ainda hoje existente e conhecida pelo diminutivo de «Feirinha». Quando teve início, ignoramo-lo; e a mais antiga notícia a seu respeito encontramo-la, precisamente, nas «Memórias Paroquiais»: «Tem hua feira que se faz todos os meses aos 15 dias do mês». O Reverendo Abade de Santiago mais não adianta (…) mas, enfim, basta que se saiba que a «Feirinha» conta já a bonita idade de 200 largos anos…
Os mercadores que vinham à feira de Cassurrães deviam estar isentos do pagamento da portagem, do «assento» e de quaisquer outros impostos. Já antes de 1.500 que no concelho de Mangualde se não exigia o direito da portagem (…). Contudo, em 1.880, a Junta da Paróquia de Santiago, para suprir a falta de meios com que lutava, na sessão de 25 de Janeiro resolveu que «pagassem assento» todos quantos viessem à feira para vender. Do resolvido, elaborou-se a tabela seguinte.
« Contrabandistas que armassem no ar peça,
« Tanto bancos como táboas ---------------------- 10 Reis cada
« Armando no chão ------------------------------- 20 Reis cada
« Retroseiros ------------------------------------- 20 Reis cada
« Padeiras, por cada canastra -------------------- 20 Reis cada
« Sardinheiras ------------------------------------ 20 Reis cada
« Tamanqueiros ---------------------------------- 20 Reis cada
« Brocheiros -------------------------------------- 20 Reis cada
« Louceiros --------------------------------------- 20 Reis cada
« Quem vender géneros em sacos, cada um ------ 20 Reis cada
« Ferreiros --------------------------------------- 20 Reis cada
« Cabriteiros ------------------------------------- 20 Reis cada
« Azeiteiros -------------------------------------- 20 Reis cada
« Vendeiros -------------------------------------- 20 Reis cada
« Os que entrarem com cargas de sardinha ------ 1 Vintém
« Os que entrarem com carros ------------------ 80 Reis"

Escritos do Dr. Alexandre Alves para o jornal "Familia Paroquial" de Santiago de Cassurrães (Página 2 das edições 31 e 32 de 1960).

A "Feirinha" sobrevive ainda, agora com quase 250 anos (ou mesmo mais, não se sabe). Agora já não é aos 15 dias do mês, mas sim na 1ª Quinta feira de cada mês. Já não terá a importância de então, mas ainda assim continua a atrair vários feirantes, principalmente de roupas, calçado, carnes e latoaria, mas também outros mais relacionados com as várias épocas do ano, como por exemplo na altura das couves e ceboulo. É a oportunidade daqueles que com dificuldades de transporte, mais idosos ou com maiores dificuldades de locomoção para se deslocarem a Mangualde, aqui se abastecerem de alguns bens mais necessários.
Houve uma altura em que esta "Feirinha" deixou de se realizar, mas ainda bem que, há muitos anos atrás, foram criadas as condições necessárias para que esta manifestação cultural voltasse a ser uma realidade, com uma boa adesão, quer da parte de quem vende como daqueles que aqui vêm comprar.

O texto entre aspas e em itálico for tanscrito na íntegra conservando alguns vocábulos tal e qual eram escritos à época.

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