O meu cantinho!...

Não sou Poeta, não sou Professor, não sou Engenheiro e muito menos Doutor. Sou alguém que aprendeu a ser o que é, porque um dia me disseram que na vida o que realmente importa é ser eu próprio, confiar nos sentimentos e respeitar o que nos rodeia, ...as pessoas e ...o Mundo!

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terça-feira, janeiro 30, 2007

Uma decisão...

... de vida ou de morte!

Foto de CMatos
Uma rapariga ainda jovem apaixonou-se. Era um amor proibido, mas pelo qual estava decidida a lutar. Um dia o seu amor foi para longe, em busca de uma vida melhor e de meios para sustentar a família… rumou a África e ela ficou. Continuaram a namorar e a trocar juras de amor, até que… numa dessas cartas vinha um pedido de casamento! A vida lá começava a organizar-se e tinha chegado a tão desejada hora.
Como era costume na altura, a jovem sobe ao altar pelo braço do sogro e casa por procuração com o homem que a espera do outro lado do mundo. Inicia a viagem da sua vida, sem nada conhecer parte para Lisboa e embarca num “Vapor”. Aí durante uma viagem de mais de um mês é tentada por um homem que lhe promete o mundo em troca dos seus sentimentos, … mas ela resiste e mantém-se fiel ao seu amor.
No porto de destino reencontra a sua vida e integra-se num novo mundo, com aqueles que agora são a sua família. Num abrir e fechar de olho encontra-se grávida dando à luz nove meses depois um lindo rapaz, loiro e de olhos claros, que rapidamente se torna o centro das atenções. A vida continua, agora mais dura que nunca com o pai a fazer das tripas coração para sustentar os encargos, … 3 anos passaram.
A vida por lá vem-se deteriorando, as condições são cada vez piores, mas e apesar das adversidades, um desejo continua a martelar nas suas vidas: Ela queria outro filho, desta vez uma rapariga. Quando soube que estava grávida, rejubilaram de alegria, mas… por altura de uma consulta de rotina, veio a má notícia. Afinal era um rapaz! Outro rapaz!
Nessa altura tudo foi posto em causa, todas as nuvens negras se adensaram sobre aqueles pais, e o desejo de ter uma rapariga caía por terra! Valeria a pena? Não, talvez não, fazemos um “desmancho” e tentaremos outra vez mais tarde! Terão pensado aqueles pais. Afinal a vida estava difícil e aquela talvez fosse a opção mais fácil, e no entanto… aquela mulher, não sabia o que fazer… tinha um filho no ventre, mas desejava uma filha, financeiramente as coisas não estavam folgadas, havia que decidir: Faço ou não? Tenho o filho ou não?

Graças a Deus, a minha Mãe decidiu trazer-me à VIDA.

Não fora a decisão acertada da minha mãe, e eu não estaria aqui a escrever estas letras, não fora a decisão acertada das vossas mães e não estariam agora a lê-las!
É por isto, principalmente por isto que sou contra o aborto, porque na maioria dos casos ele faz-se porque a gravidez veio em má altura, porque não era desejada, porque veio numa idade precoce, porque não existem as condições óptimas… porque NÃO SE QUER!

EU VOTO NÃO neste referendo, porque me pergunto muitas vezes: E se naquela altura o aborto fosse legal e banal? E se naquela altura não custasse monetariamente nada a fazê-lo? Bem sabeis a resposta…

Este post é, acima de tudo, uma homenagem à minha mãe.

domingo, janeiro 28, 2007

Coisas da Fruta.

A Maçã
(Afinal sempre existe uma justificação válida para o pecado original)

Foto e Tratamento de CMatos
Diz a medicina popular que a maçã fortalece o coração e o estômago, evitando a debilidade das crianças. Os gregos antigos comparavam-na ao elixir da juventude e o certo é que não estavam longe da verdade. A maçã tem ferro e potássio, diminui o colesterol mau e aumenta o colesterol bom. Os diabéticos podem comer este fruto com proveito e sem risco de lhes aumentar o nível de açúcar no sangue.
Graças à pectina nela contida, a maçã actua no intestino como se fosse uma escova, arrastando consigo a comida não digerida e as toxinas. Esta é uma das razões porque as maçãs são recomendadas para as pessoas que trabalham com substâncias tóxicas e para os fumadores, A maçã é ainda vantajosa para as pessoas que padecem de anemia e de doenças cardiovasculares, pois fortalece o miocárdio.
Cruas ou assadas, tomadas em jejum ajudam a eliminar os edemas. Também melhoram a digestão, matam os micróbios e evitam os processos inflamatórios.

sábado, janeiro 20, 2007

4 Primos [5º Capítulo]

Não! Não era um sonho. Estávamos agora acordados e a tentar comprimir-nos para que ele não se molhasse mas era tarde de mais. Depressa Há belo pãozinho!percebemos que o seu saco cama estava encharcado por fora e que não caíam pingas mas sim grossos fios de água vindos da tal fenda que recebia a chuva puxada a vento e a canalizava até nós. Foi um alvoroço, toda a roupa que estava pendurada a arejar e alguns outros haveres encontravam-se encharcados. Depressa, muito depressa a água avançava gruta a dentro, saltámos de dentro dos sacos cama deixando o seu conforto na tentativa de escapar secos. O lugar que eu A luz da fogueira dava-nos este aspecto.ocupava era o mais perto da fogueira e ainda numa zona seca, mas eu tinha de sair dali para que os meus primos fugissem daquele pequeno dilúvio que se abatia sobre a nossa “cama”. O azar deles (e meu) é que ao sair do saco cama, e apesar de estar de fato de treino, devo ter apanhado um choque térmico tal que comecei a tremer descontroladamente, ao ponto de quase não conseguir falar, e fiquei ali, de pé, todo encolhido, a tremer e com os A solução possível.três a pedirem-me para sair, para me mexer, que eles queriam passar. Passaram alguns intermináveis segundos, até recuperar um pouco do controle sobre os membros e conseguir saltar para cima da mesa de pedra, dando passagem aos outros que com os seus haveres num braçado tentavam salvar seco o possível. Estava tudo num caos, mochilas, roupas, alimentos, calçado, sacos cama, colchonetes, tudo ao monte e nós tentando perceber onde chovia e onde Ai os ossos!estava seco.
Decidimos arrumar tudo o que estava seco nas mochilas, vestir roupa seca e quente, colocar as mochilas num cantinho onde não havia vestígios de água e reacender a fogueira, já que a zona central resistia aos ataques da chuva. Passou talvez uma meia hora até acalmarmos, nós e a chuva. Estávamos agora sentados ao redor da mesa aquecidos pela fogueira e com as lanternas apontadas ao tecto rezando para que Um último olhar...aquela zona assim se mantivesse: Seca! Estava ultrapassado o 4º momento da noite.
Os minutos arrastavam-se vagarosamente pela noite, a comida tinha voltado à mesa, aqueciam-se os últimos pães com chouriço à fogueira, espetados num garfo, conversávamos e gracejávamos agora com tudo e com nada, tendo havido até uma fase em que se questionou se deveríamos ou não aguardar pela manhã para colocar o pé no caminho. Mas não, decidimos aguardar pela claridade, só que a lenha seca esgotava-se rapidamente o que nos fez ir ao encontro da chuva e recolher mais uns quantos Astronautas? ETs? Não, eramos nós!pedaços ainda que molhados mas que o fogo e o calor acabaram por vencer. Um dos primos, entrava de serviço daí a algumas horas pelo que, pelo menos ele necessitava de descansar, ainda que o espaço disponível fosse muito exíguo. Estendida uma colchonete previamente seca por entre as pedras da mesa e bancos e as mochilas, agasalhado por casacos lá se estendeu tentando descansar apesar do frio. Seriam umas 4:30 da manhã. Pouco depois outro lhe seguiu os passos, deitando-se perto da saída, ficando dois já sem mais espaço tentando resistir ao À direita, na rocha, a marca que nos guia.sono sentados de cada lado da fogueira com a mesa de permeio ocupada por taparuweres e outros haveres. Com o rádio de pilhas em parte incerta, era o som da RFM que saía do telemóvel em alta voz que nos fazia companhia, isso e o som crepitante da fogueira que mantínhamos acesa. Eram quase 6:00 da manhã, quando vencidos pelo sono, moldámos os nossos ossos às pedras e servindo-nos de cantis, taparuweres, e até um rolo de papel higiénico para almofada adormecemos em Um olhar...posições que só as fotos documentam. Confesso que não aguentei muito e ao acordar estava no chão com a minha colchonete, os pés quase em cima da fogueira, uma parte no molhado e outra no seco. Eram 07:30 quando uma fraca luz enevoada entrou e com ela o frio que a última brasa deixou entrar. Acordámos, se assim se pode dizer e pudemos melhor avaliar os estragos, a começar pelos ossos que estalavam e rangiam por todo o lado.
Já não chovia, mas estava um nevoeiro cerrado parecendo chuva, e no entanto era dia ...E outro sobre o vale!e a jornada podia continuar. Carinha lavada em água gelada, mochilas prontas com resguardos para a chuva, pequeno-almoço tomado, uma última foto ainda e o virar as costas para voltar a tomar o trilho dava-se pelas 08:30.
Cedo nos apercebemos, que o trilho estava num sítio diferente daquele onde o tínhamos deixado no dia anterior, ou seja aquele abrigo fora providencial fazendo-nos parar se não teríamos nos perdido na noite, ou talvez não! Protegidos com capas e casacos impermeáveis, perfurámos o nevoeiro que nos tolhia a vista ficando com um A foto da chagada. Sorriso estampado!horizonte de apenas alguns metros em redor. Descíamos em direcção a Loriga, por vezes em acentuados declives, e só já perto da povoação pudemos observar o vale glaciário em todo o seu esplendor, com as “bordas” demarcadas por enormes muros naturais de penedos gigantescos, outrora arrastados para ali pela força do gelo. Ainda tivemos tempo para um pequeno desvio de rota, fruto da deficiente marcação do trilho, que resolvemos complementar depois com os tais montículos de pedra para que a outros não lhes aconteça o mesmo.
Ainda não eram 10:30 quando atingimos o nosso objectivo: Loriga. Estávamos finalmente lá, cansados mas entusiasmadíssimos por todas as experiências passadas, ficando no ar, ali, junto ao placar de inicio/fim de trilho a promessa de que o T11 está à nossa espera!

FIM

Um abraço forte aos “4 Primos”, que experiências destas nos continuem a unir e acima de tudo que esta cumplicidade, entreajuda, partilha e alegria se prolongue pelo nosso dia-a-dia.

A todos vós que nos acompanhastes nesta aventura através da leitura, aqui fica um agradecimento e um desejo: Deixai que a natureza vos surpreenda… não vos arrependereis!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Alternativo?

Imagem retirada da Net
Não sei se já repararam, mas… Afinal qual é o equipamento alternativo do Sporting?
Há bom, é o verde e branco! Está explicado.
É que antigamente, quando eu era pequenino, as equipas jogavam sempre com o equipamento a que agora chamam de principal, e só se usava o alternativo nos jogos “em casa” quando e só quando as cores eram de tal maneira parecidas que poderia gerar confusão, e assim é que era bonito.
Agora?... Não percebo, o meu Sporting joga de amarelo em Alvalade, fora de Alvalade… será para os jogadores não se confundirem com o 12º jogador que exibe orgulhosamente o verde e branco nas bancadas? Ou será que de tão envergonhados se querem parecer com o Estoril Praia? Viram o último jogo, foi em Belém e a equipa adversária tem um equipamento azul, completamente azul! Então porquê o amarelo?
Fui investigar, e o que descobri? Isto…

Imagem retirada da NetImagem retirada da Net










À pois é! São mais caras, é preciso fazer publicidade, muita publicidade para se venderem… mas não é com jogos e exibições destas que o marketing surte efeito, antes pelo contrário.
Fico triste, muito triste, já bastava os resultados agora também o verde e branco relegado para a prateleira do balneário… Vou fazer greve!

sábado, janeiro 13, 2007

4 Primos [4º Capítulo]

É uma sensação esquisita caminhar sem a mochila nas costas após horas a carregá-la. Parece que vamos cair a qualquer momento até os sensores De faxina à caserna.corporais se aperceberam que já não temos todos aqueles quilos em cima. A primeira tarefa após inspecção do local é limpar a zona escolhida para a “cama”, mas para optimizar os recursos, uns tratavam da limpeza enquanto outros cortavam fetos e ramos de giesta, e se juntava lenha para acender uma boa fogueiró-la. Em breve estavam as coisas organizadas o suficiente para nos permitirmos a um descanso e como o estômago começava “a dar horas” jantámos não sem antes juntar aos dois existentes, outros tantos bancos (pedras). Das mochilas saltaram, como pipocas, as mais diversas iguarias que faziam transbordar a pequena mesa. Rissóis, panados, arroz, pão com chouriço e chispalhada, torta, queques e Rir de tanto chorar com o fumo.bolachas para sobremesa, tudo regado com sumos variados e água, muita água. Ali mesmo em frente da fogueira estava-se razoavelmente confortável e quentinhos, o pior era o fumo, quase parecíamos chouriça em fumeiro. Lenha meia molhada ou meia seca, como quiserem, e umas rabanadas de vento que de vez a quando irrompia por ali a dentro, transformava a permanência à mesa um autentico acto heróico, acho até que “vertemos” mais água pelos olhos naquelas condições do que pelo suor durante a jornada do dia. Não o sabíamos na altura, mas foi a 1ª provação da noite. Finda a refeição colocámos no lugar o “colchão” de fetos e giestas, e como resguardo o oleado do fundo da tenda para um mínimo de conforto e Foste tu que comeste o meu panado!ficar-mos protegidos de uma ou outra “caganeta” de ovelha que possa ter escapado à limpeza. Como já referido, aquele é um abrigo de pastores mas que também e em certas ocasiões albergará ovelhas. A escolha do local para a “cama” foi consensual, pois era a zona mais afastada da entrada ficando com a lareira de permeio e abrigada dos ventos… ou talvez não. Escolhidos os lugares, a mim coube-me a ponta mais perto da porta mas também mais perto da lareira, por isso não estava mal, já o meu primo na outra ponta depressa deu conta (assim que se deitou de barriga ao ar só para experimentar) que ali corria uma “ligeira” corrente de ar fruto de uns buracos dos lados e no tecto, No cimo do abrigo...principalmente no tecto.
Com a “cama” feita e a barriga cheia fomos ao exterior explorar a zona fazendo tempo para o Sporting-Benfica da noite. Por ali corria uma ribeira de águas límpidas e frias mesmo a jeito para a higiene pessoal, também lenha não faltava embora molhada mas, uma seca a outra e tudo arde, no entanto a descoberta preocupante da noite deu-se quando a custo subimos ao cimo dos calhaus que nos acolhiam nas entranhas. Uma grande ranhura em faca descia abrupta até à extremidade da nossa “cama” lá em baixo e que em caso de ventos fortes… A outra preocupação era a completa ausência de estrelas! Umas fotos aqui, outras ali e chegam as 20:30. Sintonizado o pequeno rádio de pilhas na Rádio Renascença, porque na RR o Sporting nunca perde (assim dizia o ...e no seu interior. O conforto da cama era testado.meu primo que fazia comigo a dupla de Sportinguistas) iniciámos uma jornada de sueca. Calhou equipas mistas (SCP/SLB contra SCP/SLB) e assim sairia sempre um SCP e SLB a ganhar ao contrário do futebol onde o SCP cedo sofreu um golo. A meio do jogo trocámos os elementos de equipa já que a minha vencia por larga margem. Segundo tempo, outro golo (do SLB claro) e mais uma vitória da minha dupla nas cartas. Pelo menos aí não perdi ao contrário do SCP que humilhado no seu campo deixou o meu primo de rastos que acabara de perder também “na batota”. Um elogio aos meus companheiros de jornada SLBs que não fizeram mais comentários. Era a 2ª provação, (claro que para nós os lagartos). Eram 10:30 mais ou menos, hora do chá. Como a água que leváramos já tinha esgotado, fomos à ribeira. As provisões «Pocha, o meu Sporting perdeu! Que chatice, resta o consolo da fogueira.»voltaram à mesa, o chá fervia no pequeno fogão Camping-Gás e a bela chouriça assava no álcool (afinal tinha valido a pena transportar tudo aquilo às costas). Em amena cavaqueira por ali ficámos (quase) sem fumo pois a entrada tínhamos anteriormente tapado com o tecto da tenda que evitava as correntes de ar e que se ia aguentando às investidas do vento. Bem sei que passámos a noite a comer, mas que mais haveríamos de fazer?
Pouco depois das 11:30, quase com as provisões de lenha a acabar fomos para os sacos-cama, depois de lavar os dentes claro. Segundo o meu termómetro cá fora estavam 7º enquanto que lá dentro ultrapassava os 11º chegando quase aos 30º mesmo em frente da lareira. Dentro do saco-cama estava mais calor ainda, pelo que não foi fácil 10:30 Hora do chá e da chouriça.adormecer. Por volta da 00:30 do dia 2 de Dezembro tinha eu acabado de sucumbir ao sono, toca o meu telemóvel! Esbaforido e pensando no pior, procuro-o desesperadamente no meio da confusão de roupa e mochilas envolto apenas na ténue claridade do brasiol da fogueira… e quando finalmente o encontro… era "alguém" a perguntar se me tinha acordado, por causa de um problema ininformático. Terminada a chamada, colocado o telemóvel no mesmo sítio, volto-me para o outro lado, digo aos outros que não era nada e voltamos a adormecer. Quinze minutos depois a cena repete-se… era um amigo que não pudera ir a perguntar se estava tudo bem! Ok, nessa altura apercebemo-nos que o vento tinha aumentado assustadoramente. Mais uma volta e retornávamos ao país Prontos para uma noite tranquila? Hum, não me parece!dos sonhos. Às 02:00 da manhã somos acordados por um barulho ensurdecedor seguido de um estalido parecido a um tiro. Todos acordámos achando que o abrigo desabava sobre nós… mas não, era o vento que acabava de arrancar a “porta” atirando com as pedras que a seguravam, fazendo-a esvoaçar furiosamente. Coube-me a mim (estava mais perto) ir retirar o pano e guardá-lo, estava frio lá fora que me enregelou até aos ossos. Que mais iria acontecer? De volta ao saco e ao sono … acabávamos de passar pela 3ª provação. Passou algum tempo, e a meio de um sonho oiço o meu primo da outra ponta gritar!
- Está a chover! Caiu-me uma pinga na cara…

(Continua no 5º e último capítulo)

sexta-feira, janeiro 12, 2007

4 Primos (Correcção)

No capítulo anterior, a Fraga do Padre Nosso foi situada a montante do Covão da Areia, pois era isso que as nossas notas sobre o trilho diziam, ou pelo menos assim por nós foi interpretado, mas afinal não, ela encontra-se a jusante. Isto segundo um comentário deixado pelo “anónimo DE Loriga”. Aqui fica a rectificação e o obrigado pelo alerta.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Pipo-Bar

Das oficinas do CMatos, saiu mais um Pipo-Bar. É o quarto a ser “roubado” ao abandono e ao caruncho, destino da maioria dos pipos que outrora enchiam as muitas adegas das aldeias com saborosas pingas. Hoje com a rentabilidade da agricultura (muito) em baixa e o proliferar das cooperativas são votados ao abandono ou, na melhor das hipóteses, rumam ao lume ou ao ferro-velho.
Não foi o caso deste nem de outros 3 que já transformei em Bar com mesa multiusos. Um deles (o primeiro) ficou em minha casa. Familiares viram, gostaram, e também quiseram. Fiz-lhes a vontade… e este foi entregue pouco antes do Natal como presente. Tem luz automática ao abrir a porta, esta depois de aberta transforma-se em mesa. Uma prateleira interna em meia-lua pode guardar copos ou garrafas mais pequenas e neste coloquei uma inovação… dois suportes laterais para garrafas de champanhe.
Ei-lo em fotos:


Foto de Pedro MatosFoto de Pedro Matos
Foto de Pedro MatosFoto de Pedro Matos













Já existem projectos para mais dois!
Trabalhos manuais, especialmente em madeira é um hobie como outro qualquer.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

4 Primos [3º Capítulo]

Descendo por umas escadinhas ao longo do paredão, depressa No fundinho da barragem a foto para a posteridadechegámos lá ao fundo de onde parte a ribeira que nos acompanhará por mais dois Covões. Atravessamos para a sua margem esquerda, subimos um pouco para logo de seguida descermos através do leito pedregoso da zona de descargas da barragem. Todo este trilho (o T1) está demarcado por pequenos traços de cor avermelhada regular e estrategicamente colocados nas rochas que ladeiam o trilho, no entanto, devido ao clima e à erosão, sítios há em que quase são já imperceptíveis o que tem levado os caminheiros (como nós) a edificarem pequenos marcos de pedras soltas para balizar e tornar mais perceptível o trilho. No entanto as forças da natureza teimam em apagar todas essas marcas, como é o caso da zona agora atravessada, cuja força da água em alturas de degelo tudo apaga e transforma, Águas puras e cristalinas são cada vez mais raraso que nos leva por vezes a desvios de rota percorrendo trilhos de animais e de pastorícia. Foi o caso.
Ao chegarmos ao Covão da Nave, damos conta que estamos no lado errado da ribeira, ou seja na margem direita, e lá do outro lado aparecem agora as marcas e montículos de pedra. De um lado e de outro erguem-se paredes rochosas altíssimas e a pique, marcadas aqui e acolá por enormes desabamentos que originam grutas e reentrâncias grotescas e assustadoras, fazendo pensar que tudo aquilo pode desmoronar a qualquer momento. Consultado o mapa e as O Covão da Naveindicações que levávamos, constatamos que a solução era mesmo atravessar a ribeira pondo à prova a (im) permeabilidade das botas de uns e a “técnica do salto” para outros. Já no trilho certo iniciamos uma enorme descida de uns bons 20 metros por entre pedras e cascalho torneando a grande fraga do Padre-Nosso em SS sucessivos, com mil cuidados face a algumas zonas muito escorregadias. Quando por fim chegámos ao último dos 4 Covões, o da Areia, e olhámos para trás é que percebemos o porquê do nome. É que quem faz o trilho no sentido Loriga - Torre, a subir portanto, ao ali chegar bem que pode rezar uns valentes “Padres Nossos” para arranjar coragem.
Para trás ficou a Fraga do Padre NossoEste Covão deve o nome precisamente ao facto de estar coberto de areia (bem é mais areão que areia), e nele encontramos alguns cercados feitos com muros de pedra em locais abrigados onde no Verão são encerrados e resguardados os rebanhos durante a noite, outros há que estão já complementados por cercas em rede, e é dos quatro talvez o mais abrigado e quente, marcando o termómetro ali cerca de 7 graus enquanto nos outros variava entre 4 e 6 graus. Passava já das 17:00 e prevíamos que teríamos mais 15 a 20 minutos de luz natural, pelo que se impunha uma decisão: Parar, montar tenda e acampar! … Ou prosseguir até mais abaixo!
Depois da segurança vem a incerteza e um trilho cada vez mais dificilAinda era dia, ainda não tínhamos Loriga à vista e principalmente não havia por ali nenhum abrigo natural para pernoitar que era o nosso desejo apesar de carregados com uma tenda. Entre avanços e recuos, dúvidas e teimosias… prosseguimos. Assim que chegados ao limiar do Covão veio o vento, primeiro fraco tornando-se a cada metro mais e mais poderoso, mas a vista compensava. À esquerda o abismo, à direita uma parede rochosa, à frente um estreito trilho, lá ao fundo ainda longe as primeiras casas de Loriga, para trás cada vez mais longe a segurança do Covão, mas… p’ra frente é que é caminho! Depressa nos apercebemos que seria difícil Era quase noite...arranjar um lugar abrigado e seguro, a noite caía impiedosa, o frio aumentava, o vento vinha agora de todas as direcções remoinhando nas escarpas e reentrâncias da serra, mas continuávamos a descer. A Lua atrás de nós já brilhava e o Sol apenas pintava o horizonte de um laranja pesado e carregado havendo pelo meio grossas e negras nuvens, continuávamos a descer e a fazer já planos de uma longa e penosa caminhada noite dentro, até que… o primo que seguia na dianteira parou e apontou para a esquerda a uns bons 30 metros dizendo: Estão a ver ali aqueles grandes penedos com uns buracos escuros? É ali que vamos passar a noite. Tem de ser ali!
O 'explorador' dentro da 'explorada'Largou ali mesmo a mochila e ofereceu-se para lá ir explorar. Nós, os restantes 3 primos, sentámos ofegantes e ficámos de ouvido colado aos intercomunicadores que levávamos. Ele quase desapareceu na escuridão sendo perceptível apenas através do foco da sua lanterna.
- É mesmo aqui, isto é um duplex, podem descer. Disse por fim.
E lá fomos, algo desconfiados. A meio da descida era já um triplex e pouco depois já tinha 4 assoalhadas. Aquilo prometia. Atravessada uma pequena ribeira chegámos ao A entrada do nosso abrigoHotel, verdadeiramente espantoso, um conjunto de 3 ou 4 gigantes penedos dispostos de tal forma que possuíam nas suas entranhas vários locais e grutas “habitáveis”. De todas escolhemos uma, mais seca e numa posição superior, com vestígios de ser usada já por pastores e mesmo por ovelhas durante a época de verão. Era comprida, com uma zona já delimitada para fogueira, uma pequena laje de pedra a fazer de mesa e dois pequenos assentos de pedra.
Era noite escura, passava das 18:00 e ali estava ele, o nosso abrigo na montanha. Ia ser uma noite em grande, … e que grande!

(Continua)